A menina e o homem
As duas andavam distraídas pelos corredores e a menininha toda hora, olhava para sua mãe com seus grandes olhos felizes. E então a menina viu uma linda margarida e puxou correndo sua mãe para perto dela dizendo: Essa flor parece com a senhora... é linda e cheirosa! A mãe sentiu-se tão feliz que abraçou a filha com muito amor e seguiu seu passeio cheia de orgulho daquela filha tão carinhosa.
Certa hora passava perto das duas um homem que passeando distraído tropeçou em alguma coisa. Imediatamente ele caiu batendo o rosto no chão. E ao levantar-se tonto pela dor que sentia, pôs a mão no nariz e viu que estava sangrando.
Aquela dor, aquele sangue que escorria das suas narinas o atordoavam então ele escutou uma grande gargalhada de deboche. Aquela gargalhada ridicularizava ainda mais sua situação e pior, chamava a atenção de todos que passavam para a sua desgraça e vergonha.
E então o homem localizou o dono das gargalhadas, e é surpreendido pelo que vê.
Aquela tão pequena e doce menina de outra hora, dava risadas apontando para o rosto do homem dizendo: “Eu te derrubei! Você caiu... que engraçado! Você é um boboca pois caiu mesmo...
E o homem então deu conta de que foi o pé da menina posto no seu caminho que o fez cair!
Imediatamente ele se moveu agressivamente em direção daquela menina e seus olhos buscaram logo a mãe dela.
Em meio aquele sentimento horrível de dor, raiva e vergonha o homem sentiu alguém o tocar. Era uma senhora idosa, de cabelos brancos muito simpática, que assistia tudo dês do princípio. O nome dela era Sabedoria.
O homem paralisado vê a mãe da menina se aproximando com pressa. Ela vê o alvoroço em volta da filha e daquele homem e assustada pergunta: “O que está acontecendo aqui?”
O homem arregalou grandes olhos, tomou bastante fôlego e, olhando bem dentro dos olhos daquela mãe foi dizendo:
“NADA. Não houve nada senhora. Tropecei em algo e caí”.
A menina ouvindo isso, surpresa, saiu correndo...
Sua mãe gritou: “Filha! Onde vai? Filha volte!”
E se foi a menina deixando a mãe preocupada e sem entender nada.
Ela então volta em alguns segundos com um grande chumaço de papel higiênico nas mãos e diz: “Moço abaixe-se para eu limpar seu nariz.”
No momento em que Dona Sabedoria tocou ao homem, lhe disse: “PODE VOCÊ JOGAR UM FILHO CONTRA O PAI?
Paulo diz em ROMANOS 14.13 “ASSIM QUE NÃO JULGUEMOS MAIS UNS AOS OUTROS, ANTES SEJA O VOSSO PROPÓSITO NÃO POR TROPEÇO OU ESCANDALO AO IRMÃO”
Mas você talvez pense: A menina machucou o homem! Ela foi maldosa! Isso não se faz... A mãe deveria repreende-la para que aprenda e não faça mais.
Muitas vezes irmãos nos ofendem, nos magoam, nos envergonham, nos machucam... E nos sentimos lesados e prejudicados. As vezes sem nem mesmo termos feito nada, como aconteceu com o homem que passava. Nos sentimos realmente injustiçados.
Jesus em Mateus 18.15 diz: “Se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só. Se te ouvir, ganhaste teu irmão.”
E então você pode pensar: A menina não foi repreendida como Jesus disse!
E digo que sim, ela foi repreendida... não com gestos, palavras ou palmadas... a menina foi repreendida com perdão.
E esta repreensão se deu entre somente o homem e ela. Quando ele resolveu não entregar a menina para sua mãe disse a ela sem palavras: “Vá e não peques mais”.
A atitude da menina ao buscar o chumaço de papel e dispor-se a limpar o homem, demonstrou o arrependimento e mais que isso: a lição aprendida no coração.
Assim Dona Sabedoria fez o homem se lembrar de Jesus, que sem uma única palavra disse muito na cruz.
Lá ele mostrou que o amor tudo vence, pois se não fosse o amor dele pelo Pai e pela humanidade, não teria perdoado a todos nós e se entregado à morte para nos salvar de nossas maldades.
Carol Bispo
